ALFABETO DO VERDE

Um lagarto carrega os desusos da tarde
ao sol
sobre as pedras do muro.
O pensamento navega entre as fendas,
sob as folhas das trepadeiras,
com sede de entender o alfabeto do verde.
Se o jardineiro hoje vier com a foice
para arrancar as folhagens que dão significado à muralha,
ensinarei a ele:
não se matam essas pequenas paisagens individuais
que emprestam vida aos olhos
na leitura das coisas.
Autor Convidado: Sérgio Bernardo
Nova Friburgo/RJ

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